quarta-feira, 14 de setembro de 2016

TOYOTA parte 2

Na 1º parte deste post contei que havia começado a trabalhar na Toyota e descobri que os carros  "0km" não são tão "0" assim, agora vou contar sobre os carros que a empresa vendia entre 2011 e 2012, período que eu trabalhei no setor de veículos novos.


Nesta época a Toyota disponibilizava apenas 3 veículos a pronta entrega, todos no segmento premium: o COROLLA, a HILUX e a SW4.


Também havia outros 2 veículos disponíveis sob encomenda: o RAV4 e o CAMRY

Neste post, vou falar sobre o único deles que era fabricado no Brasil, o TOYOTA COROLLA. Vou confessar que minha 1ª impressão ao entrar em um deles foi de certa decepção...como um carro tão simples podia custar tão caro?


TOYOTA COROLLA
Seu interior possui linhas simples e retas, não há nenhuma sofisticação técnica ou visual que chame atenção, comparado com o painel de um NEW CIVIC, NEW FIESTA ou de um HYUNDAI, seu painel parece exageradamente conservador.

Mais então porque ele é o mais vendido  da categoria mesmo sendo o mais caro? e porque parece que quem tem um Corolla só o troca por outro Corolla?

A verdade é que o Corolla é como aquela menina meio largada que acaba dando uma ótima esposa, você passa a gostar dele cada vez mais com o tempo e depois que você acostuma com suas qualidades não consegue mais viver sem elas.

Já falei sobre a qualidade no post do CORSA ,mais o Corolla levou a coisa para outro nível, imagino que fato parecido aconteceu quando a Volkswagen passou a vender seus carros nos Estados Unidos, nos anos 70.
Da esquerda para direita: CHEVROLET VEGA, FORD PINTO E AMC GREMLIN, os populares americanos dos anos 70

Nesta época o mercado de carros baratos americanos e estava em mudança. A crise do petróleo havia forçado as tradicionais montadoras americanas a fazer carros menores e mais baratos, porém eles não conseguiram manter o mesmo nível de qualidade nestes modelos, eram carros tão ruins que se desmanchavam, ficaram tão marcados como carros de baixa qualidade que foram representados no filme CARROS 2 da Disney com o nome apropriado de "Tranqueiras".
                                         E aqui estão eles no filme carros 2!, os "tranqueiras".

No filme eles viviam quebrando, vazando óleo  e precisando de reboque, não deixa de refletir uma certa realidade, parecia que o consumidor americano teria que se contentar com isso, mais ai veio a Volkswagen e apresentou isso:
                           Tivemos estes carros no Brasil, um pouco diferentes: o TL e a VARIANT

As montadoras americanas não entendiam como carros que não eram potentes e nem muito equipados podiam fazer tanto sucesso, mais era só entrar em um deles para perceber a qualidade, que os americanos não tinham
                          Interior simples, mais bem feito, que parece que vai durar pra sempre.

O impacto que esses modelos causaram foi tão grande que a CHEVROLET até resolveu fazer um carro que imitava o estilo e as soluções técnicas dos Volkswagen, como o motor traseiro e a refrigeração a ar, foi o CHEVROLET CORVAIR, que não deu muito certo.
                                    Corvair: motor traseiro e refrigerado a ar como nos Volkswagen

Apesar do fracasso do Corvair, pouco a pouco as montadoras americanas foram se recuperando, até serem sacudidos novamente pelos japoneses, que pouco tempo depois fizeram o mesmo no Brasil.


VOLTANDO AO COROLLA...

Assim como os Volkswagens antigos o Corolla é um carro feito pra durar, por isso perde pouco valor na hora da revenda, isso é parte da razão do seu sucesso.

O Corolla possui 2 versões de motorização o 1.8 e o 2.0..


COROLLA 1.8

Os Corollas 1.8 estão diponíveis em 2 versões : Xli e Gli, o 1º é identificado facilmente pelas rodas com calotas, ambos compartilham o mesmo motor 1.8 16 válvulas de 136 cavalos de força.

                                                      Interior do corolla Xli

Por dentro os Corollas 1.8 são bastante simples, não trazem banco de couro, mais são aconchegantes e bem acabados, passando a sensação de um carro bem feito.

O 1.8 é equipado com um câmbio automático tradicional de apenas 4 marchas, o que na época gerou muitas críticas já que seus concorrentes dispunham de câmbios mais modernos de 5 e até 6 marchas.

Na verdade a quantidade de marchas no câmbio é mais um argumento de venda, já que o câmbio de 4 marchas é perfeito para o Corolla, ele não precisa de mais do que 4 marchas assim como um Opala não precisa de mais do que 3.

O motor 1.8 também é o mais equilibrado paro o carro, conciliando perfeitamente potencia e economia, em nenhum momento falta força e na estrada da para andar bem rápido, gastando pouco.

O carro desliza suavemente, a suspensão é macia, o motor é silencioso e o câmbio não produz trancos, na verdade só da pra acompanhar a mudança de marchas pelo sobe-e-desce do contagiros. A direção é a 2ª mais leve entre todos os carros que eu já dirigi, só perde para a do CITROEN C3.
                                                     Citroen C3: o volante mais leve

Também existe o Corolla 1.8 com câmbio manual de 6 marchas que quase ninguém comprava, com ele o carro fica bem mais ágil, tanto quanto o 2.0. A alavanca é curta e precisa e é possível cantar pneu até a 3ª marcha, como eu fazia sempre, mais não acho que esse cãmbio combine com a personalidade pacata do Corolla, talvez com uma suspensão mais firme ficasse mais adequado.

Chegamos até a fazer essa experiência na loja: pegamos um Xli manual e colocamos à venda com rodas maiores, suspensão recalibrada e envelopamento em preto fosco, que era moda na época, mais o comprador do Corolla não é muito interessado nessas viadagens e o carro só vendeu depois que foi desmontado e voltado ao normal.


COROLLA 2.0


Esses são um pouco mais sofisticados, o Xei, que traz bancos em couro cinza e detalhes em prata e o Altis que traz bancos em couro bege e detalhes imitando madeira.

                                                       Interior do Corolla Altis

Externamente é possível diferenciar um Corolla 2.0 pelas setas nos retrovisores e os faróis de milha.

O motor 2.0 16 válvulas de 153 cavalos é bem mais forte, mais não chega a fazer do Corolla um carro esportivo.

Todo 2.0 vem com câmbio automático de 4 marchas, porém este tem um diferencial em relação ao do 1.8: a opção de trocas manuais por "borboletas" atrás do volante!
                                             "Borboleta" que realiza a troca de marcha

Nunca tinha dirigido um carro com borboletas para as trocas de marcha, eu via esse sistema na F1 e nas FERRARI por isso foi com muito entusiasmo que eu fui testar o Corolla 2.0...

....não gostei!

Eu imaginava uma reação mais mecânica, como puxar uma alavanca, mais na verdade a sensação é como apertar o botão de um controle remoto..,você pressiona a borboleta e o câmbio leva quase 1 segundo para responder.

Conversando com os clientes que haviam comprado o carro descobri que a maioria deles brincava com as borboletas no 1º dia e depois voltava a usar o câmbio no modo automático.Como eu disse o comprador do Corolla não gosta destas viadagens.

Atualmente o Corolla é equipado com câmbio CVT, ainda não dirigi um , mais acho que este sim é o câmbio que o corolla sempre mereceu.



Um comentário:

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