No post anterior falei sobre a origem "híbrida" daquele que é um dos mais admirados carros nacionais, o Opala.
A verdade é que antigamente, no tempo que os homens eram homens e as mulheres davam graças por isso CARRO ERA OPALA, e continua sendo até hoje.
Houve um tempo em que o Opala estava meio desvalorizado, conhecido como "CARRO DE BANDIDO",mais atualmente, voltou com força total, sendo até difícil achar um Opala por um bom preço.
Para falar a verdade os bandidos só pararam de escapar da polícia quando surgiu este aqui:
FAMILY FEELING
Já repararam que todo Volkswagem atual tem a frente igual?, o mesmo ocorre com os Audi, Ford e por aí vai, isso se chama "family feeling", é o jeito da marca impor sua identidade.
nem me pergunte qual é qual..
Isso não é nenhuma novidade, já existia desde os anos 80, a marca pega o carro que está vendendo mais e deixa todos os outros com a mesma cara.
No fim dos anos 80 o carro da moda era o MONZA, ele não era barato, custava o equivalente a um Corolla de hoje em dia, mais mesmo assim chegou a ser o carro mais vendido do Brasil!!, na frente de Gol , Uno , Escort, etc.. foi a única vez na história do nosso país em que um carro médio foi o mais vendido, e não é por que antigamente as pessoas tinham mais dinheiro não, na verdade nessa época era até mais difícil comprar um carro. Mais o Monza era bom mesmo, como todo Chevrolet de antigamente.
Então a Chevrolet decidiu que todos seus carros teriam a cara do Monza , do mais barato o CHEVETTE, até o mais caro o Opala.
Chevette do fim dos anos 80, com frente de Monza
Em 1988 o Opala, mesmo sendo um bom carro, já estava "cansado", afinal já fazia 20 anos!! que ele havia sido lançado, então para dar uma renovada a Chevrolet decidiu dar a ele a "cara" do Monza também, porém mudou só a frente e a traseira, mantendo o meio igual, não ficou ruim, mais tirou um pouco da harmonia do Opala.
Eram oferecidas várias versões aos clientes, mais de forma bem resumida era isso:
OPALA L : um Opala que era tão básico que só existia no catálogo, na pratica ninguém comprava. A utilidade de versões assim é para os anúncios tipo : Opala a partir de tanto.., é o que ocorre hoje em dia com o Corolla XLI manual, ele não existe mais, apenas a versão automática que é vendida sob encomenda para portadores de deficiência, porém o modelo manual é mantido em catálogo apenas para seduzir compradores que acabam levando uma versão mais cara.
OPALA SL: outro modelo que também era bem básico, achou que saídas de ar tampadas era coisa de Uno Mille?, pois bem esse opala era assim, os vidros eram acionados por manivela e os bancos eram de vinil, porém era possível equipá-lo opcionalmente com direção hidráulica e motor de 6 cilindros, era o Opala das frotas da polícia.
OPALA COMODORO: Sabe aqueles anúncios típicos dos classificados do jornal: "completo - ar ", o comodoro era basicamente isso, já tinha um acabamento bem melhor interna e externamente, com bancos de veludo, direção hidráulica , vidros elétricos e rodas de liga leve modelo "ralinho"
OPALA DIPLOMATA: Este era o modelo completo, ar condicionado, direção hidráulica, volante regulável em altura, vidros,travas, retrovisores e portamalas com acionamento elétrico e rodas de liga leve modelo "serrinha".
Como opcionais ele tinha pintura bicolor e câmbio automático.
Uma curiosidade: as rodas do Comodoro, são sempre as mesmas do Diplomata da geração anterior. Quando surgiram as rodas "ralinho" de 14 pol. elas eram equipamento do Diplo., depois surgiram as "serrinha" e elas foram para o comodoro., quando este passou a utilizar as novas rodas de 15 pol. o Comodoro herdou as "serrinhas".
MEU 1º OPALA
Meu 1º Opala foi este aqui:
Um modelo Diplomata 4.1/S 1988 top de linha, com motor 6 cilindros de 140 cv! Até hoje eu considero o melhor negócio que eu já fiz em termos financeiros. Eu sempre curti esse carro, mais achava que ele estava muito longe das minhas possibilidades naquele momento, até que ele literalmente quebrou na frente da minha casa!
Ao ver aquele belo sedan parado na frente de minha residência decidi sair e conversar com o dono. Ele falou que o carro estava falhando a algum tempo e por isso estava querendo vendê-lo, mais que agora seria difícil com mais esse problema que ele não tinha dinheiro para arrumar, além disso era domingo e não havia nenhuma oficina aberta.
Então eu juntei forças e proferi a frase mais corajosa que eu já disse em toda minha vida:
Pode deixar aí , eu compro!
Antes de conversar sobre o preço eu precisava testar se ele cabia na minha casa, já que ela mal comportava um Fiat 147, consegui fazer o carro pegar no tranco e mesmo falhando muito coloquei meu filho de flanelinha e entrei na garagem.
Coube mais ou menos, mais agora já estava dentro e eu não abriria mão do carro, perguntei o valor e o dono informou 7 mil, mais que se o conserto ficasse caro o mesmo não se responsabilizaria.
Não tinha esse dinheiro guardado, mais olhei para meu uno 85 e para a moto que eu tinha na garagem e imaginei que os 2 juntos valeriam uns 5 mil.
Meu Uno funcionava bem, mais estava muito feio de lata, as portas tinham que ser empurradas contra o teto pra abrir e tinha um banco de cada cor, avaliei em 3 ou 4 mil.
Minha moto era uma Sundown Hunter, estava zerada, mais não valia muito por ser "xing-ling", avaliei em 1500.
Para minha surpresa o cara só pediu, mil reais de volta, provavelmente estava com medo do conserto que afinal de contas ninguém sabia o que era, mesmo assim topei na hora.
Nesta noite quase dormi dentro do carro, 1º por ter comprado um carro quebrado e 2º porque não conseguia deixar de olhar pra ele, pelo menos eu não dormiria sozinho, meu filho gostou tanto do carro que até mandou eu tatuar um no braço dele:
Minha experiência com o 147 me ensinou que 90% das vezes que um carro quebra o problema é elétrico, então chamei um guincho e fui para um auto elétrico.
Chegando no auto elétrico, o mesmo me informou que o problema era no "chicote" e que poderia trocá-lo por apenas 50 reais!!
Isso mesmo o problema que fez o carro ser tão barato era uma coisinha de nada.
Aproveitei para fazer uma revisão elétrica já que nada dentro do veículo funcionava e então pela primeira vez pude ver o belo painel do carro aceso:
Saí do auto elétrico feliz da vida, olhei para o maravilhoso painel e pensei: Legal, o tanque veio cheio...só que não.. eu estava olhando para a temperatura! menos mal que era só uma mangueira.
Com o opala pela 1º vez eu me senti patrão o conforto era impressionante, os vidros elétricos , o volante regulável, os bancos , atrás meu filho dormia só de olhar para o banco:
O carro ainda tinha alguns problemas o ar condicionado não funcionava, a suspensão estava ruim, fazendo o carro puxar muito, e o câmbio era do 4 cilindros.
Esse opala já tinha sido automático, e quando esse câmbio quebra o conserto fica mais caro que o valor do carro, por isso colocaram nele o câmbio mais barato que tinha o 5 marchas do opala 4.
Outro detalhe que me incomodava eram as rodas de Omega.
Apesar dos defeitos o Opala era muito bom de andar, o escapamento 6x2 com saída no diferencial roncava bonito e sempre me fazia dar uma aceleradinha a mais, em compensação esquentava muito o interior do carro, chegando a derreter o cabo da embreagem e danificar a pintura do capô, por isso depois de um tempo me desfiz dele e coloquei o escape original.
Foi meu 1º carro de tração traseira e foi aí que eu descobri que bastava reduzir a marcha ou acelerar no meio de uma curva para a traseira desgarrar, agora eu só fazia curvas assim:
Pena que o câmbio de Opala 4 acabava limitando muito a velocidade na estrada, mais pelo menos era leve e preciso.
O motor é a jóia de todo Opala, forte e suave ao mesmo tempo, além disso sua manutenção é barata.
Passei a frequentar encontros de opalas com bastante frequência e foi num deles que conheci o meu 2º Opala.
Mais isso será assunto do próximo post.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirA identidade visual da Volkswagen também pode ser chamada "Family Face".
ResponderExcluirSim, tem nomes,a Ford faz isso com seus carros de frente "aston martin"....Fiesta, Fusion, etc.., a VW faz em toda sua linha, Chevrolet e a Fiat tambem, obrigado pelo comentario
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