Eu gosto de mobiletes e motos pequenas em geral, principalmente 2 tempos. sei que não tenho mais idade e nem tamanho pra isso, mais eu gosto. Como meio de transporte elas são precárias, porém eu as considero um brinquedo e isso que é legal nas motonetas, o propósito delas não é apenas transportar, é divertir!
Uma vez eu vi uma frase, não me lembro com certeza onde foi, mais acho que foi no Two And a Half Men:
"..Garotas gordinhas são como bicicletas motorizadas...Você não vai querer ser visto andando com elas, mais são muito divertidas!.."
Ignorem completamente a parte das garotas gordinhas (que também são muito boas), a frase reflete exatamente a verdade sobre as bicicletas motorizadas.
E assim são as mobiletes, scooters e cubs em geral, todo mundo acha divertido pilotar, mais ninguém quer ser visto em uma...só a VESPA que é cult.
VESPA: a única motoneta de boa imagem
Outra característica interessante das motonetas é que, pelo menos em alguns estados do país não é exigido que o condutor tenha habilitação (pelo menos não era, agora não tenho certeza), principalmente nas regiões norte e nordeste, onde as "cinquentinhas" (motos de até 50 cilindradas) são muito comuns, lá tem até cinquentinha esportiva.
Não parece, mais esta moto tem 50cc, até o nome imita uma esportiva: YAMASAKI
Ou este modelo, conhecido como "cinquentona",também Yamasaki:
Reparem no motor minúsculo.
Minha história com as motonetas também começou assim, eu precisava de um transporte e não tinha habilitação.
O 1º modelo que eu tive foi um ciclomotor, ciclomotores são conhecidos como "mobiletes", mais Mobylette é uma marca de ciclomotor, assim como Agrale, Caloi, Brandy, Hero Puch e Monark.
O meu era esse aqui:
CICLOMOTOR BRANDY ZANELLA
Esta "motinha" era muito legal,pois parecia uma miniatura de moto, sem as soluções comuns dos ciclomotores, tinha um "kickstart" igual de moto, nada de cordinha ou pedais, um escapamento legal, painel com velocímetro, faróis , amortecedores iguais aos de uma moto, rodas de magnésio e transmissão monomarcha com embreagem centrífuga.
Assim ela deveria ser quando nova
Não tenho muitas fotos dela, porque na época eu não tinha um celular com câmera, mais tenho um vídeo dela:
nesse dia eu consegui ligar, mais nem sempre era assim
Eu peguei ela em uma casa que parecia um museu de ciclomotores, o cara tinha um galpão só para guardar as motocas dele, esse cara venceu na vida.
Ela veio bem original, com as rodas de magnésio e o painel original, mais estava sem o cesto na frente e sem freios.
No começo o motor italiano Zanella de 50 cilindradas e 2 tempos estava bem fraco e difícil de ligar, então saí a caça de um carburador novo. O problema é que se você entrar uma motopeças perguntando por um carburador de ciclomotor importado, certamente será expulso da loja. Então arranquei o carburador e entrei na loja dizendo:
-Vocês tem este carburador?, não sei de que moto que é..
-Claro! temos um novo na caixa, mais também não sabemos de que moto que é..
Perfeito!
Tirei o carburador novo da caixa e eu mesmo instalei na moto, ficou com um pouco de folga, mais sem nenhum tipo de regulagem a moto ligou e deu lenta.
Com o novo carbura a motoca ficou mais fácil de ligar, mais ainda estava fraca..ou então eu que sou muito gordo para este tipo de veículo...então adaptei uma relação de MOTOR MOSKA (uma espécie de bicicleta motorizada, típica da minha cidade), que deixou a Brandy mais forte, agora ela subia qualquer ladeira.Como efeito colateral da mudança de relação o protetor de corrente não cabia mais e tive que removê-lo, também pintei tudo que não era vermelho de preto.
Motor Moska
Mais e os freios?
Pois é, os freios foram um problema, no local onde eles deveriam estar não havia nada e tambem não cabia nada que pudesse ser comprado no mercado. Peça para ela não existia e nenhum patim de freio de nenhuma moto , ciclomotor ou scooter servia para ela e eu não queria abrir mão das rodas de magnésio originais.
Então eu decidi deixar a moto sem freio, como as motos de antigamente.
As primeiras motos não tinham freio
Mais como parava?
Colocando o pé no chão, estilo Flinstones!!
É óbvio que isso resultou em 1 ou 2 acidentes, mais a "brandyzinha" me foi mais útil do que eu esperava e por um tempo foi o meu principal meio de transporte me levando todo dia ao trabalho, na cidade vizinha um trajeto de uns 15 km.
ANDANDO COM A BRANDY
Como toda moto 2 tempos antiga, a Brandy não é muito fácil de ligar, mais depois que liga mantem bem, ela faz um barulho de scooter, pois seu motor Zanella possui uma ventoinha integrada, no plano atinge uns 50km/h o que está muito bom para uma moto sem freio, nas súbidas é necessário embalar bem a moto. Embora o banco tenha espaço para o garupa, a moto não tem estrutura para isso, já que a suspensão traseira cede e a frente fica muito leve, debaixo deste banco existe um pequeno bagageiro que da pra guardar um frasco de óleo 2 tempos ou uma carteira.
Parar era uma arte, era necessário olhar bem à frente, antecipando o trânsito e tacar o pé no chão sem dó, gastei muita sola de sapato nesta época.
Com o tempo ,infelizmente , algumas coisas foram quebrando, o que seria apenas um desgaste normal virou um problemão, já que era impossível achar peças.
Até tentei adaptar um motor de HONDA BIZ nela, mais não tive sucesso então tive que vendê-la.
Honda Biz
Não devia ter vendido, devia ter deixado ela enfeitando meu jardim.
SUZUKI ADRESS V100
Esta é uma Scooter, um motociclo de pequeno porte no qual o condutor vai sentado, e não a cavalo. Foi de um passado mais recente, por isso estas fotos são dela mesma, esta motinha eu comprei em excelente estado de conservação, ela tinha documentos em dia,partida elétrica, painel funcionando, pneus novos e o que era um tremendo avanço em relaçao a Brandy: freios a disco!
Meu filho na suzukinha.
Comparada com a Brandy essa moto parecia uma HORNET ,andava bem rápido e subia qualquer ladeira com garupa, até estrada eu peguei com ela!
Seu motor de 100 cilindradas possuía monomarcha com embreagem centrífuga automática, era bem barulhento e fazia com que a moto atingisse 80 km/h.
Fora o já citado freio a disco esta moto possuía um reservatório de óleo 2 tempos que misturava automaticamente com a gasolina, desta forma era possível abastecer normalmente no posto, sem se preocupar em ficar misturando óleo.
ANDANDO COM A SUZUKI
O tamanho e o peso muito leve da scooter a tornava ridiculamente fácil de dirigir, a partida elétrica era uma comodidade e tanto, se tratando de 2 tempos , a moto pegava fácil e manobrava suavemente.
Perto da minha casa, havia uma pizzaria na qual a pizza ficava bem mais barata se você mesmo fosse buscar, então eu ia com ela ,segurava a pizza com uma mão e dirigia a moto com a outra, os freios hidráulicos possibilitavam frenagens suaves que impediam que a pizza se espatifasse no chão.
Além de buscar pizzas, eu utilizava esta motoca diariamente para tudo: trabalho, passeios e até para fazer compras, já que ela tinha um bagageiro surpreendentemente grande para o seu porte, dava até para transportar crianças clandestinamente:
Infelizmente ela sofreu do mesmo mal da Brandy: a falta de peças, e por isso precisou ser vendida.
FYM FY 100 10-A
Já vimos um ciclomotor e uma scooter, para completar o ciclo das motonetas, agora temos uma Cub.
As Cub, que tem esse nome por causa da 1ª delas a HONDA CUB, são o elo perdido entre as scooters e as motos, nelas o condutor vai meio sentado, meio a cavalo, elas normalmente têm um pequeno bagageiro, que não costuma existir nas motocicletas, este bagageiro porém, é menor que o das scooters.
A Honda Cub original, de 1958
Este exemplar me foi emprestado por um amigo, para que eu pudesse avaliar e colocar no blog.
Ela é uma moto bem completa: possui painel com velocímetro e marcador de combustível, rodas de magnésio, partida elétrica e câmbio automático CVT com embreagem centrífuga também automática
O motor de 100 cilindradas e 4 tempos é bastante suave e silencioso, porém, quando comparada com a Suzuki , que tem a mesma cilindrada, mais é 2 tempos o motor aparenta ser mais fraco.
ANDANDO COM A FYM
O assento é de bom tamanho e bem confortável, mesmo para 2 pessoas, o 4 tempos pega muito fácil, e para ajudar, existe um afogador manual. O CVT trabalha esticando as relações e permite que ela suba qualquer ladeira , mesmo com garupa, porém com menos desenvoltura que a Suzuki, em algumas ladeiras a velocidade cai drasticamente.
No plano, porém a moto vai bem, tão rápido quanto a Suzuki. os freios são bons.
Sua suspensão é bem macia, exigindo atenção nas valetas, sua estrutura porém é melhor que a da Suzuki e da Brandy, mesmo com garupa a moto continua confortável e seu centro não se altera tanto.
Aqui tem um vídeo on-board.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirMuito bom, a parte de freiar no freio é foda hehehe!
ResponderExcluir