Um assunto que me parece bastante atual são os veículos com motor elétrico, como o TESLA MODEL S da foto acima, recentemente o modelo tem chamado atenção da mídia especializada, devido aos 2 acidentes fatais que ocorreram com o veículo enquanto seus motoristas utilizavam o modo de CONDUÇÃO SEMI -AUTÔNOMA, uma das principais novidades do Tesla.
Fato é que esses acidentes aconteceram principalmente graças a imprudência de seus condutores, que confiaram demais no sistema batizado de "AUTOPILOT" pela Tesla. A empresa ressalta que o motorista não deve confiar 100% da condução ao sistema, mantendo as mãos no volante o tempo todo, mais como disse um usuário no fórum do Flatout, existem cidadãos que acham que vivem no século 26..
Como este motorista que foi flagrado dormindo ao volante de um Tesla Model S:
Por mais que a tecnologia tenha evoluído ainda vai demorar alguns anos até que possamos ir para o trabalho dormindo ao volante de um carro
Nada disso tira o mérito do Tesla que foi o 1º veículo elétrico a conciliar desempenho esportivo, luxo e boa autonomia, um carro elétrico capaz de competir de igual pra igual com os melhores modelos a gasolina da AUDI, MERCEDES e BMW.
Como é um assunto da moda muita gente pensa que os carros elétricos são uma novidade do século 21, mais a verdade é que eles existem desde o início da história do automóvel, inclusive no começo eles disputavam de igual pra igual o mercado com os carros a gasolina, representavam metade da frota do início do século 20
Cabe ressaltar que os carros elétricos eram os preferidos sobretudo das mulheres, que encontravam dificuldade em dirigir os primeiros carros a gasolina, que tinham pesadas manivelas de partida.
Como disse o colecionador de carros mundialmente conhecido JAY LENO, os homens gostavam de carros a gasolina por que eram mais rápidos faziam barulho e soltavam fumaça, as mulheres não queriam nada disso, apenas um carro que fosse confortável e fácil de dirigir, sendo o desempenho um item secundário.
Jay Leno em seu BAKER ELÉCTRIC 1909,um carro muito apreciado pelas mulheres,apesar de seu baixo desempenho era fácil e leve de dirigir, possuía teto alto que permitia o uso de chapéus e tinha até porta-maquiagem.
Existe até quem estude a relação entre os carros elétricos e o feminismo, o que não vem ao caso agora.
Com o tempo, porém, os carros elétricos foram caindo em desuso, os aperfeiçoamentos nos modelos a gasolina,e a baixa autonomia dos modelos elétricos (o maior problema dos elétricos até hoje) escreveram a história a favor dos modelos a gasolina que se tornaram o padrão da indústria.
O RETORNO DOS ELÉTRICOS
Os elétricos permaneceram esquecidos por um tempo até que no final do século 20 surgiu uma nova preocupação na industria do automóvel: O Meio Ambiente, os elétricos então voltaram a receber a atenção dos fabricantes de carros.
Em 1996, a maior fabricante americana, a General Motors lança nos Estados Unidos o 1º carro 100% elétrico da era moderna disponível ao público, o EV-1:
O Ev-1 foi recebido com entusiasmo pelos americanos, tinha um motor elétrico equivalente a um similar a gasolina de 140 cavalos alimentado por baterias do tipo chumbo-ácidas, possuía autonomia de 90 a 150 km de acordo com o modo de condução e atingia velocidade máxima de 130 km/h.
Estranhamente,após apenas 3 anos de produção e apesar do sucesso do carro a GM decidiu RECOLHER E DESTRUIR!! todos estes carros, alegando falta de capacidade para manter a assistência técnica desses veículos.
Até hoje muita gente acredita que isso foi uma conspiração da indústria petrolífera para acabar com o carro elétrico, como mostra este documentário, feito nos Estados Unidos, intitulado QUEM MATOU O CARRO ELÉTRICO? :
Se é verdade ou não , nunca saberemos, o mercado americano é muito diferente do brasileiro, com o governo interferindo nos assuntos das montadoras muito mais que aqui, um dia pretendo estudar mais sobre este assunto.
Atualmente nos Estados Unidos existem boas opções de carros elétricos a venda, em todos os segmentos, fora o Tesla que eu já citei, existe o NISSAN LEAF, que também existe em pequena quantidade no Brasil.
Além disso por lá também é possível encontrar versões elétricas de carros comuns como o FORD FOCUS ELÉCTRIC, o SMART ELÉCTRIC , o FIAT 500E, o CHEVROLET SPARK EV e o HONDA FIT EV.
Aos poucos os elétricos começam a retomar seu espaço, porém ainda permanece o fantasma da baixa autonomia, nos modelos mais simples que não podem dispor de equipamentos tão avançados como o luxuoso Tesla.
Paralelamente a isso, a Toyota apresentou, o que parece ser a solução mais equilibrada para os problemas de autonomia dos carros elétricos, O CARRO HÍBRIDO.
Em 1997, a Toyota lançou o 1º carro híbrido produzido em série o TOYOTA PRIUS
Ao contrário do Ev-1 o Prius foi um sucesso duradouro, se tornando um ícone do movimento verde, parte do sucesso do Prius se deu graças as celebridades de Hollywood que passaram a ser vistas dirigindo o Prius, que passava uma imagem de consciência ambiental.
O ator Leonardo Di Caprio foi uma das celebridades que adquiriram um Prius para sair bem na foto.
Em 2012 eu também tive a oportunidade de dirigir um Prius, na época em que trabalhei em uma revenda Toyota, era um modelo 2011 semelhante a este:
O Prius que eu dirigi tinha um motor a gasolina 1.8 16 válvulas de 99 cavalos e 1 motor elétrico de 81 cavalos, os 2 motores trabalhando juntos porém geram apenas 135 cavalos, já que parte da potência é empenhada para carregar a bateria.
Estes motores estão acoplados a um câmbio do tipo CVT, conjunto mecânico completamente voltado a economia, que é o grande diferencial do Prius.
Eu nunca havia dirigido um carro híbrido, e nem um carro com câmbio CVT, ao entrar no Prius me chamou atenção o painel futurista:
Ao apertar o botão de partida porém não aconteceu nada, nenhum barulho, porém uma luz no painel indicava que o carro estava funcionando.
A alavanca de Câmbio é um pequeno joystick semelhante ao das BMW de operação simples, engatei o "drive", tirei o pé do freio e o carro começou a se mover,porém ainda sem fazer nenhum barulho.
Andei pelo pátio da concessionária com o carro que parecia se mover por mágica já que é muito estranho para quem não está acostumado um carro que não faz nenhum som, ao sair da concessionária entro na rua e resolvo acelerar mais fundo para ver no que vai dar.
O MOTOR ACORDA!!, finalmente passo a ouvir um som de motor bem suave, nas baixas velocidades como as de manobra só o motor elétrico atua e assim que o carro ganha velocidade o motor a gasolina é ativado. Nas ruas o Prius acelera rápido com os 2 motores trabalhando juntos, logo olho para o velocímetro e me assusto com a velocidade, já que o som do motor não aumenta de acordo com a velocidade como estamos acostumados.
O Prius porém não foi feito para correr, o câmbio CVT parece uma embreagem patinando, já que o motor sobe de giro e o carro não aumenta a velocidade no mesmo nível, isso é comum em todos os CVT mais como eu nunca havia dirigido um achei estranho.
Mais estranho porém foi quando eu cheguei no semáforo, pisei no freio e senti o motor desligando, pensei: Ué, morreu?
Assim que a velocidade diminui o Prius volta ao modo elétrico e para de fazer barulho, para quem não está acostumado parece que o motor desligou, porém basta acelerar de novo que o motor desperta novamente.
Voltei daquele passeio com a sensação que havia dirigido o futuro, eu realmente gosto mais de um motorzão v8, mais nestes tempos de gasolina cara e escassa o Prius parece ser o carro certo, não fosse tão caro e não tivesse um design tão estranho certamente repetiria aqui no Brasil o sucesso que tem nos EUA.
Prius vendido atualmente no Brasil.
Não é o meu tipo de carro mais é interessante.
A tecnologia Híbrida também está disponível nos superesportivos como o PORSCHE 918 SPYDER que possui um motor v8 a gasolina e 2 motores elétricos totalizando 900 cv!
Com este conjunto o 918 consegue atingir 345 km/h!
São o futuro, são verdes, são rápidos, mais ainda prefiro um carro a gasolina.
OS ANTIGOS HÍBRIDOS
Antigamente a expressão "carro híbrido" significava uma coisa bem diferente e muito mais interessante do que é hoje, significava um carro europeu com motor americano!
Isso porque antigamente não existia nada mais diferente do que um carro europeu e um carro americano. Os europeus gostavam de carros pequenos, ágeis e bons de curva, já os americanos gostavam de carros grandes, com potentes motores, feitos para acelerar em linha reta.
O 1º "híbrido" que me vêm a mente é o JENSEN INTERCEPTOR 1966, um carro que unia o belo design italiano da carroceria com o potente v8 MOPAR americano:
Outro exemplo é o raro MONTEVERDI, um gran tourer suíço com motor v8 americano:
No Brasil também tivemos nosso "híbrido dos velhos tempos", o CHEVROLET OPALA:
O Opala foi o 1º carro de passeio fabricado pela GM no Brasil, até então ela ja fabricava caminhões e utilitários, derivados da linha GM americana, esses veículos utilizavam o motor CHEVROLET BRASIL, um motor de 6 cilindros, derivado do "Stovebolt Six" americano e bem parecido com o motor que viria a equipar o Opala.
Para iniciar a produção de carros de passeio no Brasil a GM decidiu que o modelo deveria ser um carro médio de luxo, para que retornasse rapidamente o investimento feito na nova linha de produção, para isso a GM apelou para seu braço alemão, a Opel e decidiu que faria uma versão do OPEL REKORD no Brasil.
Como dá pra ver pela foto o Opel Rekord era bem parecido externamente com o Opala, porém usava motores pequenos de 1.9 litros, insuficientes para aquele que seria um carro de luxo no Brasil.
Como a GM do Brasil já tinha experiência com motores americanos em seus utilitários, foi decidido que o novo automóvel usaria também motores americanos, derivados da linha americana IMPALA, daí veio o nome do veículo ( Opel + Impala = Opala).
Impala
Então em 1969 era apresentado o Opala, inicialmente apenas com carroceria de 4 portas, 6 lugares, câmbio de 3 marchas na coluna de direção e motores americanos de 4 e 6 cilindros, de 2.5 e 3.8 litros.
O "hibridismo" do Opala deu trabalho aos mecânicos nos primeiros anos de produção, como a carroceria era de origem européia suas porcas e parafusos utilizavam o sistema métrico, medidos em milímetros, já o motor que era de origem americana tinha parafusos no sistema imperial, medidos em polegadas, por isso os mecânicos tinham que possuir os 2 jogos de chaves para realizar a manutenção no Opala.
Apesar destas pequenas dificuldades o Opala foi um sucesso, sendo considerado até hoje um dos melhores carros vendidos no Brasil.
No próximo post vou falar sobre os meus Opalas.
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