segunda-feira, 24 de outubro de 2016

CLÁSSICOS NAS RUAS

Neste final de semana o Opala Clube de Sorocaba realizou o evento Clássicos das Ruas, no estacionamento do Shopping Pátio Cianê.

É claro que eu quis levar meu carro ao evento, já que ele é a cara do logo do OCS:


Ultimamente tenho trabalhado muito e não tenho dado a devida atenção ao carro, ele estava parado a quase um mês na garagem com a bateria arriada. Comprei uma bateria nova e também aproveitei para trocar o CABO DO NEGATIVO, que estava contaminado pelo ZINABRE da bateria velha.
Bateria e cabos de conexão novos. 

PAUSA PARA FALAR SOBRE O ZINABRE..


O Zinabre é esse pó esverdeado que se forma nos contatos da bateria, se você pesquisar no Google sobre o assunto vai encontrar várias explicações sobre o problema, que vão desde mau uso , falhas nos contatos, defeitos na composição da bateria e sobrecarga no sistema elétrico do carro.

A verdade é que a causa provável do defeito é apenas uma: POLO DA BATERIA RACHADO!
Pode acreditar, se a bateria do seu carro está com Zinabre, procure no polo contaminado e provavelmente você irá achar uma rachadura, mesmo que pequena.  No meu caso a trinca era tão pequena que se eu fosse tirar uma foto para postar aqui não daria para ver nada, porém jogando água em cima do polo, dava pra ver pequenas bolhas da água entrando pela rachadura.

Além de provocar falhas no carregamento da bateria, o Zinabre "anda" pelos cabos e começa a contaminar todo o sistema elétrico do carro, não é atoa que o Zinabre é conhecido como "câncer de carro".

Geralmente o destino da bateria é selado logo quando o vendedor a coloca em seu carro, geralmente o funcionário aperta demais o contato no polo, danificando a peça, ou como eu mesmo já testemunhei dá uma martelada para fazer o contato entrar.

Existem muitas receitas caseiras na Internet para limpar o Zinabre, mas depois de um tempo ele sempre acaba voltando, cansado disso comprei uma bateria nova e novos cabos de conexão.

Com a Bateria nova, mais um pouquinho de água, sabão e cera automotiva o Opalão ressucitou:

Gravei um vídeo deste 1º passeio com o carro após os consertos, nele dá pra ver bem como são as trocas de marcha com o câmbio na coluna de direção.

Cheguei ao evento um pouco tarde, mais ainda deu pra achar um lugar pro Opala:

Haviam muitos veículos interessantes no evento, aqui vão alguns deles:

1- FORD LANDAU

O Landau era a versão de luxo do Ford Galaxie, equipado com um poderoso motor V8 5.0 litros , diferenciava-se do Galaxie por ter mais equipamentos, motor maior e teto de vinil com janela traseira pequena como dá pra ver nesta foto:

Neste exemplar o que mais chamava a atenção, além da pintura em preto fosco (provavelmente envelopamento) eram as rodas absurdamente largas, só as bordas já eram da largura da minha mão:

2- CHEVY S10 AMERICANA


Este não é bem um clássico, mas é interessante por ser uma S10 totalmente diferente daquela que foi vendida no Brasil, sua silhueta é bem mais baixa e sua grade, faróis e capô são diferentes do modelo brasileiro.
S10 brasileira.

O interior dela é bem semelhante ao das S10 brasileiras mais simples, que tinham banco inteiriço, mas no modelo americano o câmbio automático vai na coluna de direção.

O motor é um V6 4.3 litros de 180 cv, neste exemplar havia uma garrafa de nitro atrás do banco, que segundo o proprietário fornecia mais 130 cv a picape.

3- HONDA CG


As Hondas "quadradinhas" estão ficando raras e este exemplar na cor preta estava impecável.

4- CHAMONIX 550 SPYDER


A Chamonix é uma empresa brasileira que fabrica a réplica do famoso Porsche 550 Spyder, carro que ficou famoso por ser o veículo em que o ator americano James Dean morreu:
James Dean em seu Porsche 550 conhecido como "Little Bastard".

No Porsche o nº "550" era referente ao peso do veículo, de 550 kg , isso o tornava um carro rápido apesar de seu motor boxer refrigerado a ar parecido com o do Fusca. 

A réplica brasileira é considerada uma das melhores do mundo, reconhecida até pela própria Porsche, utiliza o motor 1.6 do Fusca.
Reparem na altura do veículo, mais baixo que meu filho de 6 anos, nem precisa pagar pedágio.

Falando em Fusca haviam alguns bem interessantes no evento:


Como este da foto acima, repare que no lugar da sua ventoinha padrão o carro esta usando 2 ventoinhas elétricas, além de deixar o motor mais livre a ventoinha elétrica não depende da rotação do motor para funcionar, mantendo a temperatura correta mesmo com o carro parado em marcha lenta.


Também havia este Fusca aqui, um modelo de arrancadas, com motor Audi 1.8 turbo e vidros substituídos por peças de acrílico.

Haviam muitos Opalas no evento, mais o que eu mais gostei foi este aqui:

 

O carro é do mesmo ano do meu, mais está com belas rodas estilo Lowrider:

Só faltou a traseira baixa...

Ao final do evento peguei mais um adesivo para o "canto dos adesivos" do Opala:


Meus agradecimentos aos leitores e ao Opala Clube de Sorocaba por esse maravilhoso evento.

domingo, 16 de outubro de 2016

FUSCA ITAMAR

No post "Os carros e a política" , falei brevemente sobre o Fusca Itamar e sua relação com o ex-presidente, hoje vou mostrar alguns aspectos do desenvolvimento desse modelo tão peculiar, este carro é especial por ser a única vez em nosso país que um modelo fora de linha voltou a ser fabricado.
O ano era 1993, a Volkswagen encontrava-se unida com a Ford, formando a empresa conhecida como Autolatina,após um estranho acordo com o então Presidente Itamar Franco, a VW decide retomar a produção do Fusca,interrompida desde 1986!...decisão que nem a matriz compreendeu, a VW alemã considerou o Fusca Itamar uma "série especial" e não um modelo normal, tanto que no museu da VW na Alemanha existe uma galeria com o último Fusca de cada país e o  "último Fusca do Brasil", é um modelo 86.
"Último" Fusca, no museu da VW alemã

Mas haviam obstáculos a serem superados pra retomar a produção do Fusca, alguns deles eram:

O FERRAMENTAL NÃO EXISTIA MAIS!

Antes de retomar a fabricação do Fusca era necessário fazer alguns protótipos para teste, mas o ferramental usado para fabricar o carro não existia mais, havia sido vendido para fábricas de peças de reposição, então a VW saiu a caça de exemplares bem conservados do Fusca 86 que estavam na mão de colecionadores para serem usados como "mulas" de testes.
Fusca 1986 sendo usado em teste, fonte: Livro Eu Amo Fusca, Alexander Gromow RIPRESS 2003.

 Muitos Fuscas que estavam guardados para posteridade acabaram destruídos em testes como este:

Nestes testes verificou-se que o Fusca precisava de mais segurança. O Fusca BR 1986 equivalia ao Fusca alemão de 1964, ou seja não recebeu as melhorias de suspensão que o Fusca recebeu na maior parte do mundo nos anos 70.
Fusca alemão de 1971: suspensões totalmente diferentes, repare nas torres em azul na dianteira, além disso a àrea envidraçada é maior e o quebra-vento inclinado. Na frente o estepe vai deitado, proporcionando maior espaço no porta-malas.

Fazer todas as melhorias no Fusca Itamar e deixá-lo equivalente ao modelo alemão, aquelas alturas elevaria muito o preço final do carro, inviabilizando sua venda, por isso a Autolatina optou por manter a suspensão, apenas instalando uma barra compensadora na traseira e trocando os pneus por modelos radiais, porém aí havia outro problema:
A medida ideal de pneu radial para o Fusca seria a 155/ 15, mas essa medida não existia mais, havia sumido do mercado junto com o Fusca em 1986, a VW então optou pelo 165/ 15 medida que não era a ideal, mas era o que tinha.

Como curiosidade, mesmo o último Fusca mexicano, que saiu de linha em 2003 encerrando a trajetória do carrinho no mundo usava pneus inadequados, indicando que os 155/15 sumiram do mapa mesmo.
Último Fusca mexicano: não tinha as melhorias de suspensão do Alemão, mas já incorporava a àrea envidraçada maior.

PROTESTO DE FUNCIONÁRIOS

O Fusca pode parecer um carro simples, mas fabricar um dá muito mais trabalho que fabricar um carro moderno. Por exemplo sua carroceria precisa ser aparafusada ao chassi , entre outras coisas que eram comuns na manufatura dos anos 50, mas que não se adequavam aos modernos processos de produção. Alguns funcionários ameaçaram fazer greve se a linha de montagem do Fusca fosse reativada da mesma forma que era no fim dos anos 80, diante destes fatos, foram incorporados novos equipamentos que visavam tornar a produção do Fusca menos trabalhosa.
 Um destes equipamentos era o "grill" , que virava o Fusca como se fosse um porco no espeto, este dispositivo visava tornar a tarefa de unir a carroceria ao chassi mais ergonômica, fonte: Livro Eu Amo Fusca, Alexander Gromow, RIPRESS 2003.

Com novo maquinário e protótipos prontos para teste, ainda havia um problema, não haviam pessoas capacitadas para liderar a retomada da produção do carro, por isso foram chamados funcionários aposentados, que trabalharam na produção do Fusca antes de seu término, essa equipe foi chamada de "dream team":


CONTROLE DE EMISSÕES

Quando o Fusca deixou de ser fabricado em 1986, praticamente não havia nenhum tipo de controle de emissões, porém nos anos 90 a coisa era diferente, todos os carros deveriam sair de fábrica equipados com catalisador, expliquei sobre ele neste post.
Sistema antigo, sem catalisador

Para equipar o Fusca com catalisador foi necessário redesenhar completamente seu sistema de escape, por isso o Fusca Itamar tem escapamento de saída única, no para-lama traseiro esquerdo.
Sistema novo, com catalisador


ECONOMIA DE ESCALA

Mesmo com tímidas mudanças mecânicas, foi preciso um esforço extra para que o Fusca custasse barato, a solução foi se valer da economia de escala, aproveitando peças de outros modelos, os bancos e o volante por exemplo vieram do Gol e todas as peças cromadas foram substituídas por similares pintados em preto ou na cor da carroceria. Além disso um acordo com o governo enquadrou o Fusca como um carro popular, sujeito a menos imposto, mesmo sem ser 1.0.
Apesar destes esforços o Fusca 1993 saiu custando cerca de 7 mil reais, ainda muito caro comparado com seus concorrentes Uno, Corsa e Gol, que eram muito mais modernos e custavam a mesma coisa
O Fusca Itamar 1993: parachoques pintados no lugar dos cromados e ausência do retrovisor direito, tudo para custar pouco, apesar disso ainda era caro pelo que oferecia.

DESEMPENHO

O carro saiu em 1993 inicialmente com motor 1600 a álcool de 2 carburadores gerando 65 cavalos de força, com esse conjunto o Fusca podia alcançar 140 km/h o que é muito bom para um Fusca, não fossem os pneus errados que deixavam o carro muito alto prejudicando a aerodinâmica certamente o Itamar seria o Fusca de fábrica mais veloz do mundo. 
O Fusca brasileiro é o único do mundo equipado com 2 carburadores de fábrica.

VENDAS

Apesar de ser o melhor Fusca já vendido no país o Itamar não vendeu como esperado, o problema eram os concorrentes, ninguém deixaria de adquirir um Uno, um Escort ou um Corsa para ficar um Fusca e se a pessoa  fizesse questão de um VW existia o Gol 1000, que oferecia muito mais espaço e economia e custava a mesma coisa que o Fusca.
Concorrentes do Fusca na época : Gol 1000, Escort Hobby , Uno Mille e Corsa Wind, todos mais modernos e eficientes, pelo mesmo preço, na verdade o Uno era um pouco mais barato, fazia 16 km com um litro de gasolina e atingia quase 150 km/h, realmente não dava para o fusquinha.

O tempo do fusquinha realmente havia passado, sem condições de concorrer com os carros modernos, sua produção foi encerrada em 1996.
Ultimo Fusca made in Brasil: o Série Ouro 1996

CONCLUSÃO

Se o Fusca Itamar não foi o sucesso que a VW esperava, ao menos nos deixou com uma bela peça de coleção, dirigir o carro é uma delícia como já falei aqui . Você não espera muito dele por ter apenas 65 cavalos, mas a sensação ao dirigir é que ele tem muito mais, a força em baixa rotação, o toque preciso do câmbio e o elevado índice de NVH ( noise, vibration and harshness , ou ruído , vibração e ríspidez ) tornam a experiência ao volante muito mais sensorial e pura, justamente o que falta nos carros de hoje.

sábado, 15 de outubro de 2016

OPALA COM CAMBIO DE ENGATE RÁPIDO NO TRÂNSITO


No post sobre  minha idéia de preparação para o Opala, citei o câmbio sequêncial como melhor opção para ganhar velocidade nos engates. Até o momento achava que este tipo de câmbio teria uso restrito a pista, porém hoje fuçando no Youtube, achei um vídeo de um cara dando uma volta com um Opala equipado com o câmbio sequêncial no meio do trânsito!

Na verdade o Opala em questão é uma Caravan, modelo 1983 como esta:

O trambulador, que aparentemente é fabricado e comercializado pelo próprio autor do vídeo, foi instalado sobre o câmbio original de 4 marchas "varetado" da Caravan

segue o vídeo:


segunda-feira, 10 de outubro de 2016

FIAT TEMPRA

Na minha infância o sonho de consumo era o Fiat Tempra, não que eu fosse um grande fã do modelo, mas para mim  ele era sinônimo de carro chique, de gente que venceu na vida. Por isso me choca ver o quanto o modelo é desvalorizado hoje em dia.

Lembro quando estava no primário, os pais dos meus amigos tinham geralmente Fuscas, Chevettes, Gols quadrados e Unos . Meu pai até tinha um carrinho um pouco melhor, era um Fiat Prêmio, Cinza Argento como este:
Era igual a este, nesta mesma cor, porém com 2 portas a menos.

Digo que o Prêmio era um pouco melhor porque seu estilo era moderno para a época ( o Uno o manteve até 2014 ) e sua cor sóbria dava um certo ar de elegância, mas na verdade era um carro simples até o talo, não tinha nenhum luxo, sequer tinha o retrovisor do lado direito.

Aí um dia apareceu um amigo meu dizendo que o pai havia comprado um Tempra!! ele estava eufórico e com razão, o Tempra era a sensação naquela época, até haviam carros melhores como o Opala Diplomata e o VW Santana, mas o Tempra era muito mais moderno que eles.

Um detalhe que me chamou atenção foi que o velocímetro marcava até 240 km/h, quando criança eu achava que a última marcação do velocímetro correspondia a velocidade máxima do veículo e por isso fiquei impressionado,  o Prêmio do meu pai marcava só até 180 km/h.

Conforme meu amigo nos contava sobre os detalhes do Tempra,  outro menino falou que aquilo não era nada porque seu pai tinha 3 carros: um Fusca, uma Pampa e um Uno, na hora meu amigo respondeu: -Pede pra ele vender os 3 que dá pra comprar um Tempra! ..na época era isso mesmo, hoje em dia qualquer um destes carros tem valor de mercado superior ao do Tempra.


BREVE HISTÓRIA DO FIAT TEMPRA

O Tempra foi lançado no Brasil em 1991 para ser o top de linha da Fiat, este carro já existia na Europa desde 1988 porém lá ele não era o top de linha, esse papel cabia ao Fiat Chroma.
Fiat Chroma: maior que o Tempra

O Tempra europeu era um carro mais simples, normalmente tinha motores 1.4 e 1.6, como curiosidade tanto o Chroma como o Tempra europeu tinham limpadores no vidro traseiro, apesar de serem sedãs, aqui no Brasil nenhum sedã tem ou teve esse equipamento.
Tempra Europeu: retrovisores e grade diferentes do nacional

Ao nacionalizar o Tempra a Fiat manteve a aparência do modelo europeu, mas fez mudanças  em sua estrutura, o monobloco foi completamente alterado, embora seja esteticamente o mesmo carro praticamente nenhum componente mecânico do Tempra europeu serve no Tempra BR.

A suspensão dianteira não emprega mais o subchassi, utilizado no modelo europeu e a traseira passou a utilizar torres de suspensão do tipo Mcpherson, o que fez com que o Tempra BR perdesse a opção do banco traseiro rebatível que existia no modelo europeu.
Tempra Brasileiro

Como seria o modelo top da linha Fiat no Brasil, o Tempra não poderia utilizar motores pequenos como o original europeu, por isso foi escolhido um motor 2.0 projetado projetado pelo engenheiro Aurelio Lampredi, o mesmo que fez o motor do Fiat 147.

Esse fato é similar ao que aconteceu com a GM, quando trouxe o Opel Rekord da Europa para ser o Opala no Brasil teve que substituir os motores minúsculos que ele usava, de 1.6 e 1.9 litros por motores americanos de 2.5 e 4.1 litros.
Opel Rekord : Cara de Opala, mas com motorzinho.

Ao que parece os europeus gostam de carros grandes com motores pequenos, lá por exemplo existe até Fusion com motor 1.0!
Ford Fusion 1.0 Ecoboost


Mais voltando ao Tempra...

 A Fiat optou por equipar os primeiros Tempras com carburador, foi uma péssima decisão já que seus concorrentes tinham injeção eletrônica.

Além disso, nessa época começava a ser obrigatório o uso do Catalisador.

O catalisador é um equipamento que "filtra" os gases do escapamento por meio de reações químicas, para diminuir a poluição causada pelo veículo.
Porém este equipamento não se dá tão bem com o Carburador, que não mistura o combustível ao ar tão bem quanto a injeção, desequilibrando as reações químicas no catalisador.

Logo, toda vez que um Tempra passava, deixava um cheiro de:
isso não é bom para imagem de um carro...

Apesar destes peidos iniciais o Tempra foi se acertando e se tornou um sucesso, foi o único carro grande da Fiat a vender bem até hoje. Seus sucessores Marea e Linea nunca conseguiram repetir este feito.

Foi o 1º carro brasileiro com motor 16 válvulas, essa versão, lançada em 1993 tinha 127 cv (28 a mais que o 8v) e fazia o Tempra chegar a 200 km/h!
Motor 16v

Um ano depois, a Fiat lançou a versão Turbo, mais forte ainda com 165 cv , que se tornou o carro mais rápido do Brasil ao atingir 220 km/h !

Além do bom desempenho, outro segredo do sucesso do Tempra é que ele sempre foi bem equipado, com itens que não estiveram presentes nem mesmo em seus sucessores.

Alguns destes itens são:

Banco elétrico
O Tempra tinha opção de regulagem elétrica dos bancos, seus sucessores Marea e Linea nunca tiveram este item.

Check-control
Pioneirismo da Fiat no Brasil, indica anomalias no carro como portas abertas e lanternas queimadas.

Computador de bordo
Fornece dados sobre autonomia, consumo médio, velocidade média, etc.

Notaram que as 3 fotos acima são de peças que estão fora do carro? Isso acontece porque a maioria dos Tempras hoje em dia foi parar em ferros velhos, não por culpa do carro, mas porque os brasileiros não estavam preparados para um carro tão avançado que exige manutenção mais dedicada.


DIRIGINDO O TEMPRA

Quando estava tentando vender meu 147 apareceram alguns donos de Tempras interessados em fazer "rolo" no meu carro. Fiquei animado com a possibilidade de pegar um carro maior e mais luxuoso e cheguei a fazer "test-drive" em um deles:

TEMPRA SX 2.0 8V 1996
Quando vi este Tempra gostei do carro, parecia bem conservado, o dono estava pedindo 6 mil por ele, que era mais ou menos o valor que eu queria no 147.

O exemplar era o modelo mais simples do Tempra 96, equipado com motor 2.0 8v e injeção monobico que gerava 105 cavalos de força.

Ao abrir a porta vi belos bancos em veludo azul, gosto dos bancos dos Fiats dos anos 90, esse padrão azul era usado também no Palio, quando está conservado é bem legal, parecem os bancos dos ônibus da Viação Cometa, que fazem a linha Sorocaba-São Paulo.
Bancos do ônibus da Cometa, o Tempra e o Palio dos anos 90 utilizam um veludo azul parecido com este, posteriormente foram substituídos por bancos cinzas, mais discretos e ao gosto do mercado.

O carro era confortável, apesar do ar condicionado não estar funcionando, todo o resto parecia sólido, porém este Tempra parecia bem mais "pobre" que o modelo Ouro que eu conheci na  infância, pra começar com o painel de instrumentos, parece um detalhe besta,mas tem muita importância pra mim:
Como vocês podem ver o velocímetro marca até 220 km/h e no lugar do contagiros existe um FUCKIN relógio!, eu até entendo a importância de um relógio, mas ocupar um lugar de destaque no painel no lugar do contagiros é pra quem corre contra o tempo mesmo.

Pena que neste caso o motor 2.0 não ajude, ele até tem uma boa potência, mas o carro é muito pesado (1250 kg) e é necessário reduzir a marcha em qualquer aclive, a injeção de apenas 1 bico também não ajuda muito.

O câmbio é macio e leve e a direção é bem direta tornando o carro agradável de manobrar, a suspensão é boa, mas já estava fazendo barulho indicando que o veículo ia precisar de manutenção nesta área, nada grave.

No geral gostei do carro, me pareceu lento, mas isso é exclusivo desta versão já que os Tempras 16v e Turbo são muito rápidos.

Acabei não pegando o carro, na época minha vida não comportava um Tempra, o custo de manutenção e o gasto com combustível eram muito mais caros que os do 147.

Hoje em dia acho que até teria um, é muito difícil achar um exemplar bem conservado,mas mesmo os melhores Tempras ainda são muito baratos.

Só que teria que ser o modelo que marca 240!