sexta-feira, 25 de novembro de 2016

CARROS

O filme CARROS  da Disney está completando 10 anos de seu lançamento e recentemente foi apresentado o trailer do 3º filme da franquia que deverá ser lançado em 2017.

Tendo um filho pequeno, tive que assistir este filme até a exaustão, além de ter ficado refém de seus produtos: brinquedos, roupas ,lancheiras , ovos de páscoa, etc.

Mas apesar desta overdose de Carros na minha vida eu sempre curti muito esse filme, por isso hoje falarei dos carro reais por trás dos personagens de carros.

Começando pelo mais engraçado: o guincho, "Mater"

Mater era um guincho velho e enferrujado que segundo os próprios criadores do filme foi inspirado em um caminhão velho que estava parado em um posto de gasolina de beira de estrada, esse caminhão:
Um International 1951.

Embora o International 51 tenha sido o ponto de partida para o personagem, durante o desenvolvimento do mesmo os produtores resolveram dar a ele a "cara" do Chevrolet 1955.
Chevrolet 1955 / Mater, antes de enferrujar

Durante minhas andanças encontrei um "Mater" num desmanche aqui na minha cidade, feito sob uma picape Ford F-75.
O desmanche estava fechado então não deu pra tirar uma foto mais de perto, mais era uma picape Ford F-75.


O personagem principal: Relâmpago McQueen
Embora os criadores do filme falem que o Relâmpago McQueen é um carro de corrida genérico que não foi inspirado em nenhum carro de verdade, é inegável a sua semelhança com os Chevrolet Impala que eram usados na NASCAR na época do lançamento do filme.
Impala Nascar 2008


O carro de corrida veterano: The King


A grande ambição de McQueen era superar o veterano "The King", este carro foi inspirado em um campeão da Nascar de verdade, O Plymouth Superbird 1970 do piloto Richard Petty, que aliás é quem dubla o personagem.

Neste carro praticamente não foram feitas alterações além dos olhos no parabrisa, reparem na semelhança do modelo original com o da animação.
O da Disney..

O de verdade!!



O melhor de todos: O Fabuloso Hudson Hornet!

O personagem Hudson Hornet tambem foi inspirado em um carro de corrida que existiu de verdade. O Hudson Hornet 1951 pilotado por um dos maiores campeões da Nascar, Herb Thomas.
Herb Thomas, um dos pioneiros da Nascar, junto ao fabuloso Hudson Hornet.

O Hudson Hornet real.

Não apenas o modelo do carro foi inspirado no fabuloso Hudson Hornet real, mais a história do personagem também. No filme o aspirante a campeão Relampago McQueen descobre que o "Doc Hudson" teve que abandonar sua carreira nas pistas após sofrer um grave acidente:
Ao entrar na garagem do "Doc Hudson", Maqueen vê esta foto..

Na verdade isso foi inspirado na história do próprio Herb Thomas que teve que encerrar sua carreira após sofrer um grave acidente, abaixo a foto do acidente real na qual a foto acima foi inspirada:
...Que foi inspirada na foto real do acidente de Herb Thomas

Herb Thomas e seu Fabuloso Hudson Hornet venceram 48 corridas em 7 anos na Nascar e foram campeões em 1951 e 1953!

Já o "Doc Hudson" venceu 3 copas pistão!





Fontes : Flatout

sábado, 12 de novembro de 2016

FNM ALFA ROMEO 2300


No post anterior sobre os caminhões FNM, comentei que a FNM também produziu carros, hoje falarei sobre eles.

Nos anos 60 a FNM passou a vender no Brasil os veículos ALFA-ROMEO, esta era uma marca de muito prestígio na época, com uma história fortemente ligada ao automobilismo, vale lembrar que a própria SCUDERIA FERRARI começou como uma divisão esportiva da Alfa-Romeo.
Enzo Ferrari (no canto superior direito) começou como piloto da Alfa-Romeo, nessa época ele já usava o brasão do cavalinho rampante em seus carros, depois passou a preparar carros para a Alfa, fundando a Scuderia Ferrari que preparava carros Alfa-Romeo para as pistas. Após ser demitido da Alfa, Enzo continuou com sua scuderia, desta vez fazendo seus próprios carros, dando origem à Ferrari.

O primeiro modelo a chegar ao mercado foi o Alfa-Romeo 2000, batizado de FNM JK em homenagem ao Presidente Juscelino Kubitschek ( lembre se que a FNM era uma empresa estatal ).
FNM "JK" 1960.

O JK era um carro muito à frente de seu tempo, foi o 1º carro brasileiro com câmbio de 5 marchas, duplo comando de válvulas no cabeçote e pneus radias de série.

Este câmbio de 5 marchas ficava na coluna de direção como no Opala (só que o do Opala tinha apenas 3 marchas ) e seus bancos eram inteiriços.

O motor com câmara de combustão hemisférica era capaz de levar o pesado automóvel aos 160 km/h
Ao ver o motor do JK os menos entendidos pensam que se trata de um motor "V8" por causa do cabeçote duplo, mas na verdade é um moderno (para a época) 4 cilindros hemisférico (note as velas no centro) que andava tanto quanto um V8 da época.

O carro tinha um painel interessante com velocímetro horizontal e conta-giros redondo.

Em 1974 a FNM substitui o JK pelo moderno  ALFA ROMEO 2300, um projeto feito exclusivamente para o Brasil.
Este era equipado com motor 4 cilindros de 2300 cilindradas de 140 cv , que fazia o carro chegar a 170 km/h, desempenho equivalente aos OPALA SS, DODGE CHARGER R/T e MAVERICK GT da época.
Os concorrentes tinham mais que o dobro da cilindrada, mais o Alfa andava junto.

Era um carro muito sofisticado e exclusivo, tinha itens que foram exclusivos dele por muito tempo como os freios a disco nas 4 rodas, que o Opala só foi ter em 1991 e muitos carros atuais ainda não tem.
Mais toda essa sofisticação acabava fazendo dele um carro muito caro e por isso poucos foram vendidos, era possível comprar 5 Fuscas ou 2 Opalas com o valor de um Alfa 2300.
Um Alfa pagava 2 Opalas..

ALFA ROMEO 2300 TI 1979

Por coincidência, essa semana eu fui ver um Alfa 2300 para um amigo que estava interessado.
Este era o carro, um modelo 79

Este carro contava com uma interessante adaptação, estava equipado com um motor 4 cilindros de Opala!
Motor de Opala no cofre do Alfa-Romeo

Muitos podem achar que isso é uma heresia ou um retrocesso, mas é uma forma de tornar o carro utilizável, o motor original do Alfa era muito avançado, mas sua manutenção é muito difícil hoje em dia, enquanto um motor de Opala tem manutenção mais simples e barata, além de fartura de peças.

Nos Estados Unidos esse tipo de adaptação é muito comum, lá o motor mais usado em adaptações é o V8 Chevrolet Small Block, que é forte, robusto e relativamente barato, até carros clássicos como Ferraris e Porsches acabam recebendo este motor quando seus motores originais quebram.
Porsche 911 com motor Chevrolet V8

Ferrari com motor Chevrolet V8

Voltando ao Alfa, apesar do motor de Opala ele ainda preservava muitas características originais sobretudo no interior
Calotas originais: difíceis de achar

O interior do carro é muito confortável,embora o carro tenha o mesmo tamanho do Opala externamente, o espaço interno é bem maior, sobretudo no banco traseiro.

A posição de dirigir deste carro é envolvente e esportiva, mesmo sendo um carro de 1979, possui regulagem de altura na coluna de direção e a alavanca de câmbio fica bem posicionada. Minha única crítica é em relação ao pedal da embreagem: em vez de empurrá-lo para frente como seria normal, ele fica meio na diagonal e você acaba empurrando ele em direção ao centro do veículo.


O painel de instrumentos é muito completo, conta com velocímetro; nível de combustível; conta-giros, temperatura da água; manômetro de óleo e voltímetro. Tudo funcionava neste exemplar.

O veículo era equipado com ar-condicionado, mais este não estava gelando pois o compressor não estava instalado, no entanto o ventilador funcionava e é muito forte nesse carro, além disso é silencioso.


DIRIGINDO O ALFA COM MOTOR DE OPALA

Ao dar a partida ouve-se o ruído característico do motor de Opala equipado com coletor de escape 4x2 terminando no diferencial.

É um barulho bonito que me deixou tentado a colocar um escape desse no meu Opala, já tive uma má experiência com um escape deste tipo , que passava muito calor para dentro do carro, mais isso parecia não acontecer neste Alfa.

A embreagem é um pouco estranha como já havia comentado,mais é leve, já o câmbio parece não engatar bem devido ao trambulador que parece estar pegando no console dificultando a seleção de marchas, provavelmente o cambio original do Alfa devia ter curso curto e por isso não pegava no console, já este carro está com câmbio "clec-clec" de Opala com 4 marchas e curso mais longo que acaba pegando no console.
Câmbio Varetado Opala 4 marchas: o "clec clec"

Como o Alfa é um carro de espírito esportivo eu esperava uma suspensão dura, mas ela é macia como a de um Opala, mostrando que esse era um carro de luxo, apesar da tradição Alfa de esportividade.

O desempenho equivale ao de um Opala comum na cidade, porem na estrada o carro fica um pouco "curto", devido ao diferencial ainda ser o original do Alfa.

Acabei não andando muito com o carro pois os freios não estavam bons e os documentos estavam vencidos, mais deu para ter uma idéia do que era este carro, uma coisa exclusiva com uma "aura" de importado, ou como dizia a FNM: um importado feito no Brasil.





fontes: site fnm-alfa e autoentusiastas

quinta-feira, 3 de novembro de 2016

CAMINHÃO FNM, O "fenemê"


Em minha última viagem a praia parei como de costume no posto GRAAL na cidade de Registro-SP, tradicional parada de quem viaja ao litoral de SP, que tem boa estrutura com posto de gasolina,banheiro, restaurante, loja,etc.

Bem na entrada do posto havia exposta essa frente de caminhão FNM, com uma placa ao seu lado.


Na placa estava escrito:

"Esta é a Cabine de um D.11000, 1972 . Originário da Itália, no Brasil foi montado pela Fábrica Nacional de Motores (FNM), ficou conhecido como FeNeMê.

Este veículo possui motor Diesel, de 180 cv , sua capacidade de carga era de 12 toneladas . Era dotado de uma alavanca de câmbio com 4 marchas auxiliada por outra menor do tipo reduzida que permitia desenvolver 2 forças por marcha. 

Ambas alavancas não apresentavam sincronismo (caixa seca). Esse mecanismo exigia atenção redobrada do motorista e habilidade ao cambiar , o condutor utilizava as duas mãos ( uma em cada alavanca ) enquanto o volante ele tinha que controlar com o pinto ( essa parte não estava na placa..) .

Ele não podia cometer falhas ao cambiar, ao menor descuido poderia quebrar alguma peça da caixa de tração (diferencial ou ponta de eixo). O caminhão não tinha direção hodráulica e não ultrapassava 80 km/h. Quem conseguisse dirigí-lo estava plenamente apto a pilotar qualquer caminhão de outra marca sem dificuldade alguma.

O Fenemê era uma verdadeira escola para caminhoneiros, deixou de ser produzido nos anos 70.

Este monumento é uma homenagem a todos os caminhoneiros que não medem esforços para levar o progresso a todas as regiões do Brasil"

Como podem ver dirigir o FNM não era tarefa simples, aqui um vídeo do caminhoneiro Ito Bir, mostrando as trocas de marcha do bicho.

Hoje em dia já não é muito fácil achar um caminhão FNM, na minha cidade, Votorantim-SP era comum ver esses caminhões trabalhando até cerca de 10 anos atrás, hoje os que restaram são peças de coleção.


BREVE HISTÓRIA DA FNM

A Fábrica Nacional de Motores ( FNM ) foi inaugurada em 1940 em Duque de Caxias-RJ, para produzir motores de avião para a 2ª guerra, mas a produção só começou em 1946 quando a guerra já havia acabado e os motores estavam ultrapassados, por isso poucos foram entregues.

Inicia-se então um período de reformulação na fábrica, que passou a fabricar geladeiras, compressores, bicicletas e revisar motores de avião.

Em 1949 a FNM firma contrato com a italiana ISOTTA FRASCHINI, para a fabricação de um caminhão Diesel com capacidade para 7500 kg, denominado FNM IF-D-7300:
IF-7300: apenas 200 foram produzidos.

Porém apenas um ano depois a ISOTTA faliu e a FNM firmou um novo acordo com a também italiana ALFA ROMEO, para fabricar o FNM-ALFA D-9500:
Alfa D-9500: motor de 130 cv e capacidade de 8 ton.

Em 1958 a FNM lança o modelo D-11.000:
D-11000: motor de 11 litros, 180 cv e capacidade de 12 ton.

Em 1968 a FNM foi vendida para Alfa Romeo Italiana e em 1972 lança o FNM 180:

Em 1973 a FIAT compra a Alfa Romeo e continua produzindo o FNM 180 até 1979, quando o substitui pelo FIAT 190:

Em 1985 já administrada pela IVECO, a FNM encerra suas atividades no Brasil.

A FNM também fabricou carros de passeio os FNM 2000 e 2300, sobre os quais eu falarei futuramente.





fontes:  Sites ALFA-FNM e Quatro Rodas.