quarta-feira, 12 de abril de 2017

DESCOBERTAS AS ORIGENS DO MEU OPALÃO 72


Ontem fui ao encontro de carros clássicos ao lado da prefeitura, em Votorantim, e o Opalão como sempre, fez bonito!

 Então , enquanto eu tomava uma cerveja e observava os carros um senhor se aproximou..

-"Cara, esse Opala é seu?...Ele já foi do meu amigo Marquinhos a uns 10 anos, foi ele que reformou o carro e o deixou assim, ele tem um album do processo de restauração do carro, isso se ele já não jogou fora, vou te passar o contato dele..."

Chamando no Wattsapp....

"-Oi Marquinhos , O Vander do Chevette clube me passou seu contato.. estou com o Opala que era seu e ele me disse que você tem umas fotos...'

Ele responde:

"-Cara verdade, tenho sim, sempre vejo seu Opala nos eventos de carro antigo, mas nunca consegui te encontrar, passe na minha oficina amanhã que a gente troca idéia"

Então logo cedo me dirigi a oficina do tal Marquinhos , a Garagem Custom que também fica em Votorantim, mundo pequeno não?

A HISTÓRIA DO OPALÃO


Já vou pedindo desculpa pela qualidade das fotos, são fotos antigas tiradas com uma câmera de filme e essas são fotos das fotos que eu tirei com o celular.

O ano era 2004, Marquinhos (estava tão empolgado com a história do carro que esqueci de perguntar o nome certo dele) , estava procurando um carro barato para reformar e foi oferecido este Opala pra ele por R$ 900,00 ( pouco mais de 1600,00 em dinheiro de hoje ).

Naquela época ainda não existia a "febre" dos carros antigos que existe hoje e um Opala em bom estado era possível ser comprado por cerca de R$ 4.000,00 ( 7.200,00 em dinheiro de hoje ).

Apesar de barato o estado do carro era lastimável, estava jogado no meio de um mato e e havia até arvores crescendo nele.
o Opala já na casa de Marquinhos

interior sem nada..

câmbio de 3 marchas ainda era o original na coluna de direção..

Agora imagens fortes que mostram a situação crítica que estava o carro:

olhem o nível da corrosão no assoalho, provavelmente é por aí que crescia a "arvore"

..nem sei que parte é essa...

A RESSURREIÇÃO DO OPALÃO

Apesar do estado de "sucata" que estava o carro Marquinhos era funileiro e decidiu devolver ao Opala sua glória original, ou quase já que a cor original, um "azul água", não o agradava, então ele resolveu substituir por um azul inspirado na cor de um carrinho Hotweels.

Marquinhos lixando a pintura.. 
..portas lixadas..

Opala na lata!


Funilaria feita com estanho, como deve ser

teto completamente liso!

DE VOLTA AS RUAS

Depois de 1 ano de reforma e cerca de R$ 8.000,00 gastos em peças ( 14.500,00 em dinheiro de hoje) mais o seu serviço de funileiro o Opalão ficou pronto e impecável, tanto que antes que Marquinhos pudesse tirar uma foto dele pronto, um comprador  apareceu lhe oferecendo R$ 15.000,00 ( 27.000,00 em dinheiro de hoje! ) pelo carro!

Depois disso o carro passou pela mão de algumas pessoas, até chegar a mim,em 2014, na época peguei ele em uma troca pelo meu Diplomata 88 com um senhor chamado Eulito, que havia pegado o carro para revender.

Embora Marquinhos não tenha tido tempo de tirar fotos do carro pronto eu fiz um antes e depois com fotos do carro antes da reforma e fotos do carro já em minha posse:

Frente
Traseira
Lateral
Motor
Assoalho
Interior

Enfim, o Opalão renascido das cinzas, segue fazendo sucesso por onde passa.




domingo, 5 de março de 2017

ÓLEOS E ADITIVOS


Já fazem uns 20 anos que temos óleos sintéticos e semi-sintéticos no mercado brasileiro e pelo menos o dobro de tempo que temos aditivos a base de etilenoglicol pra radiador.

Mesmo assim, ao menos na região onde moro não existe uma opinião unânime dos mecânicos sobre esses produtos.

ETILENOGLICOL
O etilenoglicol é o produto base de quase todos os aditivos para radiadores existentes no mercado, pode ter várias cores e sua função é a de prevenir congelamento e corrosão do sistema de arrefecimento e elevar o ponto de ebulição da água do radiador.

Embora ele seja recomendado no manual do proprietário da maioria dos carros, mesmo os mais antigos, ainda existe grande desconfiança da maioria das pessoas sobre este produto e mesmo alguns mecânicos recomendam que em carro "velho" é melhor usar água pura mesmo.

Sabendo dessas recomendações, evitei usar esse aditivo em todos os carros que eu tive antes do Opala 72 , usava somente água "torneiral" nos radiadores e nunca tive problemas com superaquecimento, apenas um problema me incomodava, o aspecto "barrento" que ficava a água do radiador depois de um tempo, parecendo que o mesmo havia sido abastecido com lama.

radiador de um carro que não usa aditivo, notem o aspecto "barrento" na tampa e no interior da peça, indicando corrosão do sistema.

Pessoas que tem T.O.C. como eu não conseguem conviver com uma gosma barrenta dentro de seu radiador e isso me obrigava a fazer frequentes limpezas no sistema e a água que saía de lá era como se fosse aquilo que fica na casa das pessoas vítimas de enchente.

Tudo isso me deixava com grande vontade de usar Etilenoglicol, porém quando eu consultava opiniões a respeito com mecânicos ou em fóruns de internet a resposta era sempre a mesma:

VAI USAR ADITIVO NESSE CARRO VELHO? VAI ESTOURAR TUDO!

No forúm sobre Opalas que eu participo, o Opaleiros do Paraná, haviam muitas opiniões divergentes sobre o assunto, até que um dos usuários, intitulado "chevy250" postou a seguinte imagem:

Estava decidido, no 72 eu usaria aditivo e seja o que Deus quiser.



Não fiz nenhuma revisão no Opala para este fim, apenas esgotei toda a água velha e coloquei o produto Radnaq T5 diluído 50% em água destilada.
E agora 4 anos depois posso dizer que independentemente do carro ser "velho" não estourou nada, a pequena corrosão que já havia no radiador continua lá do mesmo jeito mas não se agravou e agora ele está sempre limpinho, sem nenhuma gosma e não preciso mais ficar limpando o radiador, apenas completo o nível quando necessário.

Passei a utilizar o mesmo produto também no meu Corsa com os mesmos bons resultados.


ÓLEOS SINTÉTICOS E SEMI-SINTÉTICOS

Assim como os aditivos para radiadores , os óleos de base sintética ainda sofrem de grande desconfiança tanto por usuários como por mecânicos, eles estão no mercado a um bom tempo, então eu achava que já havia um consenso sobre o assunto, uma opinião unânime.


Porém a realidade é outra, próximo à minha casa existem 8 oficinas , e dessas , 3 me disseram que era melhor não usar òleo sintético.
Nos fóruns de internet a mesma coisa, tinha gente que dizia que era ótimo usar sintético, gente que dizia que não faria diferença nenhuma e gente que dizia que o motor iria explodir.

O principal argumento de quem dizia que o óleo sintético era prejudicial era que mesmo realizando a troca completa com filtro e tudo sempre fica algum óleo dentro do motor e esse óleo poderia reagir com o sintético e criar a famosa "borra", que mesmo pequena poderia entopir a "peneira" ( gravem bem isto, mostrarei uma foto da peneira depois ).
Motor com "borra" em estágio avançado, observe que o óleo se transformou em uma graxa, na verdade a principal causa desse problema é o atraso na troca de óleo.

MAIS ENTÃO PORQUE ARRISCAR?

O que mais me deixava com vontade de usar óleo sintético era a maior variedade de viscosidades diferentes
o número 20W40 assinalado representa a viscosidade deste óleo mineral.

A viscosidade é representada por dois números na embalagem do óleo, sempre com um "W" no meio, esse "W" é de "winter" ou inverno, o que significa que o primeiro número, no caso o "20" representa a viscosidade do óleo com o motor frio, no caso no momento da partida que é o momento de maior desgaste do motor. Já o segundo número "40" representa a viscosidade com o motor "quente", na temperatura de trabalho.
Quanto maior o número mais "grosso" é o óleo , o óleo ideal deve ser "fino" no momento da partida para se espalhar mais rápido pelo motor e "engrossar" depois.

Os óleos minerais ( feitos de petróleo puro ) são normalmente encontrados em viscosidades maiores como o 20w40 e o 20w50, já os sintéticos ( feito a partir de elementos químicos selecionados ) são encontrados em viscosidades mais "finas" como o 5w30. Fora isso ainda existem os semi-sintéticos que são uma mistura dos dois tipos de óleo, encontrados em viscosidades intermediárias.


ÓLEO SEMI-SINTÉTICO NO CORSA 

No manual do proprietário do meu Corsa são recomendados 2 tipos de óleo, o 15w40 e o 20w50, ambos minerais, mas vale lembrar que no ano em que o carro foi fabricado (1997) os óleos sintéticos e semi-sintéticos ainda eram novidade e custavam muito caro, então não fazia sentido a recomendação por um óleo que não fosse o mineral.

Encontrei um óleo semi-sintetico Selénia, 15w50, que portanto se encaixa perfeitamente nas viscosidades apontadas no manual, porém com uma amplitude maior, sendo bom tanto com o motor frio quanto a quente, superando qualquer óleo indicado pelo manual, fora isso estava com um preço excelente 20,00 R$ o litro.

Fiz a troca completa com óleo e filtro, mas teve quem falasse que ia dar merda:

CARA, VAI ENTOPIR A PENEIRA...

Bom depois de 3mil km rodados, incluindo nesses uma viàgem a praia pedi para que meu mecânico retirasse a tampa do cárter para substituir a junta que estava vazando e aproveitei para ver se o óleo semi-sintético havia feito algum estrago.
parte de baixo do motor do meu corsa após 3000 km com óleo sintético.

Como dá pra ver na foto o motor continua limpinho sem nenhum sinal de borra, na verdade o óleo semi-sintético manteve o motor tão limpo que se eu estivesse vendendo o carro, colocaria esta foto no olx.

MAS E A MALDITA PENEIRA?

Aqui está ela:

Nenhum sinal de borra foi achado na peneira, na verdade até haviam alguns resíduos, mas descobri que era da cola que foi usada para montar o motor.

Como podem ver a conclusão que chegamos é que tanto o aditivo a base de etilenoglicol, como o óleo sintético e semi-sintético podem ser usados em qualquer carro, independente de sua idade, tanto que pretendo em breve a começar a usar este óleo no Opala.